A radiografia digital representa um grande avanço tecnológico que vem potencializar o papel da imagem no processo de diagnóstico, com recursos indisponíveis nas técnicas convencionais. O desenvolvimento de novos sensores, assim como a evolução de computadores pessoais, permitiu o desenvolvimento de aparelhos mais modernos, oferecendo vantagens substanciais sobre os métodos convencionais como maior resolução espacial e de contraste, menor dose de radiação ao paciente e obtenção automática da imagem sem a necessidade de revelação.
A utilização de sistemas digitais possui vantagens quando compara com a imagem analógica. A maior delas é a eliminação do uso do filme e do processamento radiográfico. Com a utilização desse sistema, é possível se reduzir em até 80% a dose de exposição ao paciente. Além disso, a imagem é formada quase instantaneamente na tela do monitor utilizando-se mínima dose de radiação durante a exposição. A imagem pose ser eletronicamente manipulada e ajustada de acordo com a necessidade clínica, facilitando o diagnóstico. O armazenamento digital possibilita a facilidade de comunicação entre profissionais e reduz o volume de arquivo físico.
A imagem digital pode ser obtida de duas formas: pela forma direta, pelos sensores de CCD, ou pela forma indireta, pelas placas de fósforo. A imagem analógica pode ser digitalizada e assim convertida em imagem digital por meio do uso de scanners, máquinas fotográficas ou de vídeo digitais.
Os sensores de CCD se apresentam em duas categorias: sensores de exposição direta, cuja sensibilização do CCD se faz diretamente pelos raios X, e sensores que possuem uma placa intensificadora junto ao CCD, que utilizam fibras ou lentes ópticas para fazer a condução da luz do cintilador ao CCD.
Os sensores intrabucais no sistema CCD são rígidos e difíceis de serem posicionados em bocas pequenas. Além disso, apresentam poucas opções de tamanho, tornando-se essa uma de suas grandes limitações, além de utilizarem um cabo ligado ao computador, o que dificulta o seu manuseio.
Atualmente, dentre os sistemas digitais diretos disponíveis no mercado nacional, podemos citar:
- RVG (Trophy Radiologe, Vicennes, França)
- Visualix (Gendex Dental Sistem, Monza, Itália)
- Sens-A-Ray (Regam Medical Systems, Sundvall, Suécia)
- Computed Dental Radiography (Schick Technologies Inc., Nova York, EUA)
Na década de 1990, surgiu o primeiro aparelho com sistema de armazenamento de fósforo denominado Digora (Soredex Orion Corporation, Helsink, Finlândia). Esse tipo de sistema utiliza uma placa óptica de armazenamento de fósforo ativado (PSP – Photostimulable phosfor plate) que possui um mecanismo de absorção de raios X similar ao fósforo do ecran das placas intensificadoras. A interação inicial entre os fótons de raios X e os cristais de PSP leva a uma excitação desses cristais, criando uma imagem latente nos pixels de sua face ativa.
Após a exposição, essa placa de fósforo é colocada num scanner apropriado onde a imagem latente é convertida em imagem digital. O scanner realiza uma varredura a laser que estimula a liberação de energia dos cristas na forma de luz, por um processo denominado luminescência foto-estimulada. A luz emitida possui a mesma intensidade da quantidade de energia do fóton de raios X, produzindo um sinal elétrico que é codificado e convertido em uma imagem digital com 256 tons de cinza.
Após a leitura, o scanner descarrega o sensor emitindo uma luz halogenada intensa, que remove qualquer energia residual do sensor, permitindo que o mesmo seja reutilizado.
Os sistemas digitais indiretos não possuem fios acoplados e apresentam sensores com as mesmas dimensões das películas convencionais, sendo mais convenientes e confortáveis do que os sensores de CCD.
No mercado nacional, podemos encontrar alguns exemplos de sistemas digitais indiretos, como:
- Digora (Soredex Orion Corporation, Helsink, Finlândia)
- Denoptix (Gendex Dental System – American Division, Chicago, EUA)
- CR 30-X (Agfa Healthcare, Mortsel, Bélgica)
O sensor digital possui uma maior latitude quando comparado ao filme convencional, o que minimiza o risco de obtenção de imagens muito claras ou escuras. Além disso, a utilização de recursos de softwares de manipulação de imagens digitais também auxilia na ajuste do contraste e do brilho da imagem.
A utilização de sistemas de análise de imagens radiográficas propicia uma maior capacidade de se detectar alterações ósseas em relação às técnicas radiográficas convencionais.
Figura : Radiografia Panorâmica Digital
Figura : Radiografia Periapical Digital
Podemos concluir que o uso de sistema digitais para obtenção de técnicas intra e extra orais já fazem parte do cotidiano de clinicas e consultórios. Com inúmeras vantagens como a redução de dose de radiação, melhor observação das radiografias por meio de ferramentas de manipulação de imagens e rapidez na obtenção das imagens uma vez que é suprimida a etapa de revelação manual, fazem com que a mudança da utilização de sistemas conven-cionais para digitais ocorre de forma acelerada nos próximos anos. Outra vantagem esta no armazenamento das imagens, uma vez que com o uso de certificação digital garante autenti-cidade aos arquivos digitais, não havendo necessidade de impressão em filme ou papel.
Referências:
Chilvarquer I, Hayek JE, Azevedo B. Tomografia: seus avanços e aplicações na odontologia. Rev Assoc Bras Radiol 2008;9:3-9; Hatcher DC. Operational principles for cone-beam computed tomography. J Am Dent Assoc 2010;141 (suppl 10):3S-6S; Patel N. Integrating three-dimensional digital technologies for comprehensive implant dentistry. J Am Dent Assoc 2010;141 (suppl 6):20S-24S.
MUITO BEM ESTAVA EXATAMENTE PESQUISANDO ISSO E NAO ENCONTRAVA. A FORMA DE DIGITALIZAÇÃO DA IMAGEM NA AGFA CR30 SE PUDER DAR UM EXPLICAÇÃO MAIS DETALHADA MANDE POR FAVOR NO MEU EMAIL. thyago.pa@hotmail.com
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